9 de mai. de 2012

O que você faz com o seu preconceito?


            Essa pergunta norteia minhas aulas de Direitos Humanos para o EF II e Ensino Médio nesse primeiro semestre de 2012. E, após algumas reflexões sobre como nossa sociedade funciona, como as relações se estabelecem e como nós atuamos em nossas relações, eu lanço aos alunos essa indagação: O que você faz com o seu preconceito?

            Já se passaram 62 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, (um documento belíssimo que poucos tiveram a oportunidade ou curiosidade de ler e discutir) e, embora tenhamos “n” direitos assegurados, como a busca da igualdade entre homens e mulheres, entre as diferentes “raças”, a liberdade de expressão da própria religiosidade e da sexualidade, entre tantos outros, ainda não aprendemos a conviver com a diferença, e isso se torna um problema cada vez maior.

            Os discursos prontos estão na ponta da língua de todos, desde os 10 até os 18 anos. Mas a prática desrespeitosa se faz presente em todas as salas por onde passo. Infelizmente existe ainda uma grande dificuldade de simplesmente se colocar no lugar do outro, de reconhecer que à nossa frente existe outro ser humano dotado de uma história, de uma condição, de seus afetos e suas carências, que é diferente de nós, mas que nem por isso não é digno de nosso respeito.

            Nascemos, crescemos, nos formamos e vivemos em uma sociedade preconceituosa, marcada pela desigualdade e pelos estigmas. O preconceito está impregnado em nossos pensamentos e em nossa percepção de mundo. No entanto, podemos superá-lo buscando ações não preconceituosas. Mas, é preciso muita coragem e disponibilidade para estarmos acima do nosso próprio preconceito, que se manifesta desde os mais ínfimos detalhes, até em grandes e aparentes ações de discriminação diante da diferença de outras pessoas.

            Estamos formando uma geração dentro desse contexto de discriminação e desrespeito, e me questiono onde estamos errando. Confesso que jogar a culpa aqui e ali não me conforta e não acredito que seja o caminho, mas estamos errando em algum ponto, e quando coloco o verbo na terceira pessoa do plural é porque me refiro, sim, a nós. Estamos errando em algum ponto. Nós, adultos. Nós, educadores. Nós, familiares responsáveis pela formação dos jovens.

            Acredito que precisamos aprender a olhar e ver. Ver que existe outra pessoa a nossa frente, e embora o preconceito esteja, na maior parte das vezes, impregnado em nós mesmos, precisamos aprender a ver que à nossa frente existe outra pessoa, e que antes de tudo, ela merece o nosso respeito. E você, o que você faz com o seu preconceito?

Forte abraço!!!
Prof. Rafa Dutra
Coordenador do Núcleo de
Formação Humana

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