Essa
pergunta norteia minhas aulas de Direitos Humanos para o EF II e Ensino Médio
nesse primeiro semestre de 2012. E, após algumas reflexões sobre como nossa sociedade
funciona, como as relações se estabelecem e como nós atuamos em nossas
relações, eu lanço aos alunos essa indagação: O que você faz com o seu
preconceito?
Já se
passaram 62 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, (um documento belíssimo
que poucos tiveram a oportunidade ou curiosidade de ler e discutir) e, embora
tenhamos “n” direitos assegurados, como a busca da igualdade entre homens e mulheres,
entre as diferentes “raças”, a liberdade de expressão da própria religiosidade
e da sexualidade, entre tantos outros, ainda não aprendemos a conviver com a
diferença, e isso se torna um problema cada vez maior.
Os
discursos prontos estão na ponta da língua de todos, desde os 10 até os 18
anos. Mas a prática desrespeitosa se faz presente em todas as salas por onde
passo. Infelizmente existe ainda uma grande dificuldade de simplesmente se
colocar no lugar do outro, de reconhecer que à nossa frente existe outro ser
humano dotado de uma história, de uma condição, de seus afetos e suas carências,
que é diferente de nós, mas que nem por isso não é digno de nosso respeito.
Nascemos,
crescemos, nos formamos e vivemos em uma sociedade preconceituosa, marcada pela
desigualdade e pelos estigmas. O preconceito está impregnado em nossos
pensamentos e em nossa percepção de mundo. No entanto, podemos superá-lo
buscando ações não preconceituosas. Mas, é preciso muita coragem e
disponibilidade para estarmos acima do nosso próprio preconceito, que se
manifesta desde os mais ínfimos detalhes, até em grandes e aparentes ações de
discriminação diante da diferença de outras pessoas.
Estamos
formando uma geração dentro desse contexto de discriminação e desrespeito, e me
questiono onde estamos errando. Confesso que jogar a culpa aqui e ali não me conforta
e não acredito que seja o caminho, mas estamos errando em algum ponto, e quando
coloco o verbo na terceira pessoa do plural é porque me refiro, sim, a nós.
Estamos errando em algum ponto. Nós, adultos. Nós, educadores. Nós, familiares responsáveis
pela formação dos jovens.
Acredito
que precisamos aprender a olhar e ver. Ver que existe outra pessoa a nossa
frente, e embora o preconceito esteja, na maior parte das vezes, impregnado em
nós mesmos, precisamos aprender a ver que à nossa frente existe outra pessoa, e
que antes de tudo, ela merece o nosso respeito. E você, o que você faz com o
seu preconceito?
Forte
abraço!!!
Prof.
Rafa Dutra
Coordenador
do Núcleo de
Formação
Humana
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