30 de set. de 2011

O que vou ser quando eu crescer?

Por: Rafa Dutra

            No mês de agosto, a temática da escolha profissional fez parte das atividades do Colégio Fênix Santa Paula. Organizamos uma visita muito bacana com 193 alunos na Feira do Guia do Estudante, no dia 26 de agosto, e fechamos a última quarta-feira do mês, como de costume, com uma palestra; dessa vez com o tema: “O vestibular é de quem?”, em que foi abordada a importância da participação dos pais e da escola nesse momento da vida de nossos alunos. Aproveitando as atividades relacionadas a esse tema, escolhi fazer uma breve reflexão sobre a questão da escolha profissional em minha coluna no Fênix em Foco este mês.

            Começo pensando sobre o grande peso que essa escolha tem na vida do jovem, e embora alguns digam que isso se dá por ser a primeira grande escolha que eles fazem, eu tenho certas ressalvas a essa visão. Acredito que o peso dessa escolha para o jovem de classe média se dê principalmente pela maneira como nossa sociedade está organizada. De certa forma, as coisas se organizam, prioritariamente, em torno da questão financeira, e o trabalho se torna peça estruturante da vida adulta. O apelo para o tal “sucesso profissional” é grande, e essa pressão social se manifesta na família, na escola, na mídia, nos amigos e se torna uma autocobrança significativa muitas vezes.

            A questão do trabalho é, sem dúvida, estruturante, mas acho uma pena ter o peso que tem, uma vez que existem outros tantos aspectos a serem considerados quando se pensa um projeto de vida. É fato que nossa rotina se organiza a partir do trabalho, mas o trabalho pode se estruturar em cima de diferentes fatores, não apenas do fator financeiro e da questão do sucesso e status profissional/social.
           
            Certa vez um aluno me perguntou se eu queria ser professor “para sempre”, e eu respondi que não fazia a mínima idéia, que está nos meus planos continuar como professor nos próximos anos, mas que afirmar que eu serei professor daqui a 20 anos é afirmar que estarei fechado para novas experiências que podem mudar minha forma de pensar, ser e agir no mundo.

            Percebo que esta questão do “para sempre” acaba sendo um dos grandes mitos que atrapalham a cabeça dos adolescentes, que acham que aos 17 anos estão decidindo o que vão fazer para o resto da vida, o que sabemos que não é bem assim!

            No entanto, essa é sim uma escolha importante, uma vez que ela determina muito do que vai acontecer nos próximos anos da vida deles, por exemplo, um jovem que muda para outra cidade, mora sozinho e estuda Psicologia, com certeza viverá experiências muito distintas daquele que continuará morando com os pais e estudando Engenharia perto de casa, e, mesmo que eles sejam parecidos hoje, provavelmente serão pessoas bastante diferentes depois de 5 anos de faculdade.

            Portanto essa escolha é sim determinante, e acontece no meio de tantas descobertas, conflitos e decisões, o que faz com que a escolha profissional seja apenas mais uma das “novidades” que eles precisam aprender a lidar. E nesse importante momento o apoio, o diálogo, a manifestação de interesse e a participação ativa dos pais é fundamental, embora não se possa esquecer de que essa é a escolha e o projeto de vida do filho, um jovem que no meio de tantas vivências e descobertas, está lá, pensando o que vai ser quando crescer...

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